
11 de set. de 2025
Constipação: Causas, Riscos e a Importância de um Intestino Saudável
A constipação, popularmente conhecida como prisão de ventre, é um problema gastrointestinal extremamente comum, mas frequentemente subestimado. A constipação vai além do desconforto, podendo sinalizar problemas subjacentes e aumentar o risco de outras complicações.
O Que Define a Constipação?
A constipação não é apenas a baixa frequência de evacuações. Os critérios diagnósticos (Critérios de Roma IV) incluem a presença de pelo menos dois dos seguintes sintomas nos últimos três meses:
Menos de três evacuações por semana.
Esforço excessivo para evacuar em mais de 25% das vezes.
Fezes endurecidas ou em cíbalos (pequenas bolinhas) em mais de 25% das vezes.
Sensação de evacuação incompleta em mais de 25% das vezes.
Sensação de obstrução ou bloqueio anorretal.
Necessidade de manobras manuais para facilitar a evacuação.
Causas Mais Comuns da Constipação
A constipação pode ser primária (funcional) ou secundária a outras condições ou medicamentos.
Fatores Dietéticos:
Baixo Consumo de Fibras: As fibras são essenciais para formar o bolo fecal e estimular os movimentos intestinais.
Baixa Ingestão de Líquidos: A água é fundamental para amaciar as fezes e facilitar sua passagem.
Estilo de Vida:
Sedentarismo: A atividade física estimula o peristaltismo intestinal.
Ignorar o Reflexo Evacuatório: Adiar a ida ao banheiro pode dessensibilizar o reto.
Causas Secundárias:
Medicamentos: Opioides, anti-histamínicos, antidepressivos e suplementos de ferro podem causar constipação.
Condições Médicas: Hipotireoidismo, diabetes, doenças neurológicas (como Parkinson) e condições que afetam o cólon (como a síndrome do intestino irritável e o câncer colorretal).
Gravidez: Alterações hormonais e a compressão do útero sobre o intestino.
Riscos e Complicações da Constipação Crônica
A constipação crônica não tratada pode levar a:
Hemorroidas: O esforço excessivo para evacuar pode dilatar as veias do ânus e do reto.
Fissuras Anais: Fezes endurecidas podem causar pequenos rasgos na pele do ânus.
Impactação Fecal: Acúmulo de fezes endurecidas no reto e no cólon, que não conseguem ser eliminadas.
Prolapso Retal: Uma pequena parte do revestimento do reto pode sair através do ânus devido ao esforço crônico.
Diverticulite: Embora a relação de causa e efeito seja debatida, a constipação pode aumentar a pressão no cólon e contribuir para a inflamação dos divertículos.
A Abordagem Nutricional e Comportamental
O manejo da constipação funcional geralmente envolve mudanças no estilo de vida:
Aumentar o Consumo de Fibras: A recomendação é de 25 a 35 gramas de fibras por dia, provenientes de frutas, verduras, legumes, grãos integrais, sementes (chia, linhaça) e psyllium. O aumento deve ser gradual para evitar gases e inchaço.
Hidratação Adequada: Beber pelo menos 2 litros de água por dia.
Atividade Física Regular: Praticar exercícios regularmente estimula o trânsito intestinal.
Educação Postural e do Hábito Evacuatório: Utilizar um banquinho sob os pés para elevar os joelhos na hora de evacuar pode facilitar o processo. É importante também criar uma rotina e não ignorar a vontade de ir ao banheiro.
Se a constipação persistir apesar dessas medidas, ou se houver sinais de alarme como sangramento, perda de peso inexplicada ou dor abdominal intensa, é fundamental procurar um médico para uma investigação mais aprofundada. Um intestino saudável é um pilar para a saúde geral.
