
17 de set. de 2025
Alergia Alimentar vs. Intolerância Alimentar: Entenda a Diferença Crucial para a Sua Saúde
No universo da nutrição e da saúde, é comum a confusão entre os termos "alergia alimentar" e "intolerância alimentar". Embora ambos possam causar desconforto após a ingestão de determinados alimentos, suas causas, mecanismos e a forma como o corpo reage são fundamentalmente distintos.
O que é Alergia Alimentar? Uma Resposta do Sistema Imunológico
A alergia alimentar é uma reação do sistema imunológico. O corpo identifica erroneamente uma proteína de um alimento específico como uma ameaça e, para se defender, produz anticorpos, principalmente do tipo Imunoglobulina E (IgE). Essa "batalha" interna desencadeia a liberação de substâncias químicas, como a histamina, que causam os sintomas alérgicos.
Características principais da Alergia Alimentar:
Envolvimento Imunológico: É uma resposta imune exagerada a uma proteína alimentar.
Rapidez dos Sintomas: As reações geralmente são rápidas, ocorrendo de minutos a até duas horas após o consumo do alimento.
Gravidade: Os sintomas podem variar de leves a muito graves, incluindo a anafilaxia, uma reação sistêmica que pode ser fatal se não tratada imediatamente.
Quantidade: Mesmo uma quantidade mínima do alimento (até mesmo traços) pode desencadear uma reação grave.
Os sintomas podem afetar diversos sistemas do corpo, incluindo:
Pele: Urticária (placas vermelhas e coceira), inchaço dos lábios, rosto e olhos.
Sistema Respiratório: Tosse, falta de ar, chiado no peito e coriza.
Sistema Gastrointestinal: Vômitos e diarreia (menos comuns como sintomas isolados).
Sistêmicos (graves): Queda da pressão arterial, tontura e choque anafilático.
Os alimentos mais comumente associados a alergias são leite, ovos, amendoim, trigo, soja, peixes e frutos do mar.
O que é Intolerância Alimentar? Uma Dificuldade Digestiva
Diferentemente da alergia, a intolerância alimentar não envolve o sistema imunológico. Ela ocorre quando o corpo tem dificuldade para digerir ou metabolizar um determinado componente de um alimento, geralmente por uma deficiência ou ausência de enzimas específicas.
Características principais da Intolerância Alimentar:
Mecanismo Não Imunológico: É um problema primariamente digestivo ou metabólico.
Lentidão dos Sintomas: As reações costumam ser mais tardias e menos agudas do que nas alergias.
Gravidade: Embora cause grande desconforto, a intolerância alimentar não apresenta risco de vida.
Dose-Dependente: Os sintomas geralmente dependem da quantidade do alimento ingerido. Uma pequena quantidade pode ser tolerada, mas quantidades maiores podem causar problemas.
O exemplo mais clássico é a intolerância à lactose. Pessoas com essa condição não produzem lactase (ou produzem em quantidade insuficiente), a enzima que digere a lactose, o açúcar do leite. A lactose não digerida é fermentada por bactérias no intestino, causando sintomas como:
Inchaço e dor abdominal.
Gases (flatulência).
Diarreia.
Outras intolerâncias comuns incluem à frutose e a aditivos alimentares.
Diagnóstico e Tratamento: Caminhos Diferentes
O diagnóstico correto é crucial e deve ser conduzido por um médico especialista, como um imunoalergologista ou gastroenterologista.
Para Alergias: Utilizam-se testes cutâneos, exames de sangue que medem os anticorpos IgE e, em alguns casos, testes de provocação oral em ambiente hospitalar. O tratamento consiste na exclusão total do alimento da dieta.
Para Intolerâncias: O diagnóstico é frequentemente baseado no histórico clínico e nos sintomas. Testes como o de hidrogênio expirado para intolerância à lactose podem ser usados. O tratamento envolve evitar ou limitar a ingestão do alimento, de acordo com o nível de tolerância individual.
Conclusão
Entender a diferença entre alergia e intolerância é o primeiro passo para um manejo adequado e seguro. Enquanto a alergia é uma reação imunológica que pode ser fatal, a intolerância é uma dificuldade digestiva que, embora desconfortável, não oferece o mesmo risco.
Em caso de suspeita de qualquer reação adversa a alimentos, procure sempre orientação profissional. A automedicação ou a restrição alimentar sem um diagnóstico preciso pode levar a deficiências nutricionais e a riscos desnecessários.
